CNT vende grade para Igreja Universal e demite 100 funcionários

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De acordo com o jornalista Ricardo Feltrin, a Igreja Universal acaba de fechar a compra de toda a grade de programação do CNT, uma rede de TV aberta. A Universal, que já ocupava cerca de 11 horas diárias no canal, vai passar a ter 22 horas diárias. Os valores não foram revelados.
A Universal já vinha tentando adquirir todos os espaços da CNT. Com a compra da grade do canal 21 no ano passado, mais os espaços que ocupa atualmente na Record, Gazeta, Band e RedeTV!, além de ser a igreja presente em mais emissoras de TV, a Universal passa a transmitir mais de 1.700 horas por mês de orações, ladainha religiosa e, claro, pedidos de doações aos fiéis.
Não há hoje nenhuma legislação que proíba essa operação, mas a igreja não poderia comprar as 24 horas da CNT. Isso configuraria venda da concessão, já que não é permitido que alguém receba uma concessão pública de uma emissora de rádio ou TV (VHF ou UHF) e revenda integralmente a terceiros.
Uma lei “caduca” dos anos 60 até proíbe que uma emissora tenha mais de 25% de sua grade em publicidade, e também veta a venda de horários a terceiros, mas essa lei é ignorada há décadas.
No ano passado, alguns deputados iniciaram uma campanha para criar uma lei que proibiria a venda de grade seja para outras empresas ou igrejas, mas a bancada evangélica na Câmara –especialmente a da Universal– fez lobby contrário pesado e a ideia murchou.
O clima é de estarrecimento na CNT, e a estimativa sombria de funcionários ouvidos nesta terça-feira pela coluna é de que no mínimo 100 pessoas em todo o país deverão perder seu emprego. Só em São Paulo seriam cerca de 25 pessoas.
Por: Hialley Gouveia

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